Semana passada recebi um email perguntando se eu achava bonito desistir dos meus trabalhos antigos só porque tinha pego um novo. A garota me acusava de não cumprir o que prometera; postar a evolução do meu trabalho na minha gravura, Augustas:
Ela realizou que eu havia desistido da gravura por ter postado sobre um novo projeto: a volta do Capitão São Paulo.
Não é verdade, mas é compreensível que tenha chegado à tal conclusão. Assim, aproveito aqui a ocasião para atualizar e esclarecer, pois a proposta desse tipo de post é exatamente falar de tudo que envolve o processo criativo.
Quem trabalha com projetos, sobretudo artísticos, sabe; a magnitude da parada não cabe numa planilha de Excel. Seja pela complexidade, seja porque a arte tem seu próprio tempo de maturação. Por isso evito dar “datas finais “. Com clientes, é outra coisa. Mas com clientes não costuma ser artístico. Criativo, sem dúvida. Mas arte é outro nível.
Às vezes estou trabalhando em um projeto ( seja roteiro, desenho ou animação ) e chego a um beco sem saída. Um bloqueio ou um problema a ser resolvido. Não importa o quanto eu me esforce a coisa não sai. Quanto mais insisto, menos funciona. Por isso, hoje em dia, não ofereço mais resistência; me afasto da questão por alguns dias e, quando volto, Shazzam; o problema se resolve como mágica. Diferente, claro de trabalhos com data de entrega, que têm que sair de qualquer jeito. Por isso que digo que não se trata de arte ( embora, de novo, contenham técnica e criação).
Assim, costumo trabalhar em dois ( ou três ) projetos simultâneos. Quando empaco em um, retomo o outro. Pode parecer contrapoducente, mas no meu caso, é o oposto, pois afasto por completo o tal fantasma do bloqueio criativo.
Augustas contará com vários pontos conhecidos de São Paulo. Estou na parte de ter que desenhá-los um a um, separadamente, antes de voltar ao todo. Vou trabalhando e postando aos poucos entre um beco sem saída e outro.
Logo menos tem mais
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Ps. o primeiro post sobre a gravura Augstas se encontra aqui.